pocket brain

A tela fria emite uma luz espectral , trazendo consigo fantasmas eletrônicos. Lá fora, o sol brilha uma realidade ainda mais impossível, desejando praias e cachoeiras. No espelho, a imagem de alguém à beira de algo por acontecer, que apenas espera pelo inevitável. E por debaixo do olhar, uma camada espessa de lembranças e pensamentos oblíquos.

Acontece que a Madonna tinha morrido. Dai eu resolvi ir filar um almoço e tomar uma cachacinha no boteco da Sabrina. É que antes de morrer a Madonna tava morando num quartinho no fundo do boteco. Depois de degustar a comidinha caseira de Sá, (Jesus Luz era o garçom e ele trabalhava usando SOMENTE um avental) resolvi então dar uma olhadinha nas coisas que a Madonna tinha largado lá no quartinho. Era sandália YSL num canto, colant brilhante no outro e muitas jóias, tudo o meu número, lógico. Pensei comigo, se Lourdes Maria não quer, eu quero. Fui enchendo a bolsa e quando já estava indo embora, não é que me aparece a loca da Lourdes querendo me perseguir! Corri pro zoológico (por que será que eu sempre sonho com zoológicos???), e escondi a pacoteira numa moita. Dai fui saindo assim bem fazendo a disfarçada. Sentei pra tomar um café e a maldita da Lourdes me achou e foi aquele bafão! Dai acordei.

preparei o café da manhã foram 2 pílulas uma pra dor de cabeça e outra pra tapar esse enorme vazio no peito demorou um pouco pra entender hoje a brisa soprou mais morna trazendo aquela sensação que sobra quando descobrimos que alguém está morto o que presta pra nos livrar do amor? Luana Vignon Quando a gente acha que ninguém entenderia a confusão que existe dentro da nossa cabeça, tem um amigo que sabe...